sexta-feira, 28 de abril de 2017

Do cúmulo da organização...

Eu envio e-mails para mim própria (do e-mail pessoal para o profissional e vice-versa), com coisas das quais não me posso esquecer.



Digam-me que não estou sozinha.

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Das notícias que recebemos e não conseguimos processar...

Passaram sensivelmente sete horas desde que descobri. Já vim aqui inúmeras vezes. Já tentei escrever. Já apaguei. Já recomecei.

Ainda agora, não sei bem o que dizer. Ainda agora, não sei bem o que pensar.

Dizer que fiquei triste, não seria verdade. Dizer que fiquei surpreendida, tampouco.

Talvez dizer que fiquei sem saber como ficar. Desculpa, não encontro expressão mais digna para descrever o que sinto. Ou o que não sinto. Pouco importa.

Adivinhava a tua urgência em casar. Já o tinhas procurado no passado, sem o chegar a concretizar. Também a mim me tinhas falado nisso, quando fazias planos para o nosso futuro, antes mesmo de hipotecares o nosso futuro. Ainda assim, saber que, efectivamente, o concretizaste em tão pouco tempo, deixa-me sem saber o que dizer.

Gostava de ser maior, de ser capaz de te desejar as maiores felicidades, de esperar que as coisas corram bem. Não sou.

Tu foste, e serás sempre, aquele que me quebrou quando eu achava que não podia ser mais quebrada. Tu foste, e serás sempre, aquele me levantou do chão, somente para me voltar a atirar para lá. Tu foste, e serás sempre, aquele que apareceu na minha vida quando ela estava de pernas para o ar, e que saíste dela deixando-a ainda mais desalinhada. Tu foste, e serás sempre, aquele que quis fazer-me voltar a acreditar, apenas para me mostrar que não podia voltar a acreditar. Não tão depressa. Não tão cedo.

As feridas com que hoje me debato, os fantasmas contra os quais luto nos dias que correm, são os que tu por aqui deixaste há um ano atrás. Sim, já passou um ano. Um pouco mais, se quisermos ser rigorosos. Mas os traumas continuam aqui. Os traumas vão continuar durante muito tempo, tanto tempo quanto aquele que eu precisar para voltar a conseguir acreditar.

E enquanto eu tiver medos, dúvidas, anseios e receios, e enquanto eu me sentir presa e não conseguir viver, e enquanto eu me fechar no meu castelo e me esconder, e enquanto eu continuar a boicotar o que de bom tenho à minha volta, e enquanto eu não me esquecer, não te poderei desejar o bem. Desculpa.

Do meu trabalho...

O meu trabalho corre tão bem que na última semana já respondi a três anúncios de emprego. E só não foram cinco, porque Vagos e Albufeira me parecem um pouco fora de mão. Mas... Nunca se sabe!

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Das corridas... - XVIII

Este fim-de-semana foi a Scalabis Night Race.

Foi a minha estreia nesta prova e as expectativas eram elevadas.

Culpa minha e do meu estado de espírito, não adorei a prova.

Não me senti particularmente bem, não correu muito bem, não me diverti por aí além (só na parte final, com a oferta de comida e bebida, e algum convívio com quem foi...), não guardo grandes memórias da prova.

Culpa minha, repito. Talvez para o ano lhe dê uma nova oportunidade. Talvez.

Já ontem, foi dia de mais uma prova do Troféu de Oeiras. Também não correu muito bem, mas deu para fazer os 3 pontos habituais para a minha equipa. Menos mal.

De ambas as corridas retiro o mesmo: não me correram bem e não me senti bem. A culpa? A falta de treino, mais uma vez.

Estou numa fase de desânimo com a corrida. Como não consigo treinar, não consigo evoluir. Como não consigo evoluir, fico frustrada. Como fico frustrada, não me apetece correr. Como não me apetece correr, ponho tudo em causa. Como ponho tudo em causa, deixei a maratona em suspenso.

Tenho dois trails e uma corrida em Maio. Depois disso, vai ser altura de parar e repensar o que ando a fazer e o que quero fazer. Não quero ir fazer as Fogueiras e vir de lá, mais uma vez, com este sentimento de falhanço e frustração. 

Vou ter um mês entre o último trail e as Fogueiras para ou me preparar muito bem e vir de lá feliz e contente, ou assumir de vez que não consigo fazer tudo ao mesmo tempo e alguma coisa vou ter de deixar cair na minha vida temporariamente.

Ao mesmo tempo, aumenta o desânimo por ter deixado os treinos funcionais em suspenso desde Dezembro. Sei que me fazem falta, sei que me fazem bem, sei que até estão ligados à não evolução na corrida. Mas não consigo encaixá-los na agenda. Para o fazer, há mais coisas que tenho de deixar cair.

Aceitam-se sugestões. Ou milagres. Aceitam-se milagres, daqueles que fazem o tempo esticar e as horas multiplicar.

Obrigada.


terça-feira, 18 de abril de 2017

Das corridas... - XVII

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O tempo para correr continua a não ser muito, mas tenho tentado correr duas vezes por semana (e nem isso consigo, às vezes). Este Sábado aproveitei ter acordado cedo e estar um tempo espectacular, para pôr as pernas a mexer na marginal. 

Estamos a 4 dias da Scalabis e os objectivos que tinha para esta corrida vão ter de ser deixados de lado. Não sei por que é que eu ainda acredito que vou conseguir treinar. Não vou. Lá para Agosto eu devo voltar a ter tempo para treinar. Até lá, não vale a pena pensar nisso. E também só nessa altura é que posso decidir-me quanto à Maratona. Até lá, é ir fazendo os mínimos, é ir fazendo umas provas em modo diversão, e não pensar muito no assunto.

Reconhecer as minhas limitações e aceitar as minhas circunstâncias é, simplesmente, encarar os factos e reduzir o nível de pressão que me coloco a mim mesma. E é também o primeiro passo para não dar em louca.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Do que eu quero mesmo...

Sempre aquele aperto no peito. Sempre a mesma vontade de fugir. Sempre a falta de ar por mais que tente respirar.

Tenho medo. Muito medo. E quero fugir.

Não me apetece correr riscos. Não quero.

A perfeição assusta-me. Aterroriza-me, diria mesmo. Nada pode ser assim tão perfeito. Nada pode correr assim tão bem. Sou um elefante num palácio de cristal. Sei, tenho a certeza, que a qualquer momento, tudo não passará de uma montanha de estilhaços. Tenho uma fé tremenda na minha capacidade infinita de fazer disparates. E tenho igualmente fé na minha tendência para atrair coisas más para a minha vida.

Doze anos no ensino secundário, mais quatro anos de licenciatura, mais dois anos no primeiro mestrado, e a caminho de mais um ano no segundo mestrado. Quase 19 anos a estudar e não me ensinaram o mais essencial de tudo: a ser feliz.

Não sei o que é isso de ser feliz. Isso de aproveitar as coisas boas. Não me disseram o que é isso de simplesmente aceitar que a vida também pode ter coisas boas.

Não me ensinaram nada disso e agora eu não sei o que fazer. Não sei lidar com o que de bom tenho à minha volta. E quero fugir.

Só isso. Fugir.

Porque tenho a convicção absoluta de que tudo o que vier a seguir será mau. Muito mau. Depois disto, nada poderá ser melhor. E eu fujo. E eu fujo porque quero cristalizar no tempo os bons momentos. Quero só ter bons momentos. Não quero chegar aos maus. Quero que isto acabe aqui, enquanto tudo é bom. E quero fugir.

Só isso. Fugir.

sábado, 15 de abril de 2017

Dos castelos...

A vida torna-nos cépticos. Descrentes. Frios. Demasiado racionais.

Talvez não a vida. Inocente no meio de tudo o que fazemos com ela. São as pessoas. O problema são sempre as pessoas.

As pessoas, que nos magoam, que nos iludem (e desiludem). As pessoas, que nos tiram o tapete (e os anos que eu demorei a perceber verdadeiramente o sentido desta expressão!). As pessoas, que deixamos entrar no nosso mundo, somente para o destruírem e deixarem em cacos.

Queda após queda, vamos ficando mais frios. Mais racionais. Demasiado racionais.

De cada vez que temos de reconstruir os cacos em que deixaram a nossa vida, reconstruímos o muro à nossa volta. Cada vez mais alto, cada vez mais forte, cada vez mais impenetrável.

Sempre que nos deitam ao chão, levantamo-nos. Mas levantamo-nos apenas para nos arrastarmos para dentro da nossa muralha, do nosso castelo, donde não queremos sair.

Eu não quero sair do meu castelo. Quero ficar aqui, quieta, inerte, na minha paz e no meu sossego. Quero ficar no meu canto. Não quero voltar a expôr-me. Não quero voltar a ser iludida (e desiludida). Não quero voltar a passar por tudo outra vez quando as coisas correrem mal. Porque, invariavelmente, as coisas correm mal.

E eu sei, tenho a certeza, que este castelo não aguento nova reconstrução.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Do passado que nos entra pela casa adentro quando menos esperamos...

Uma carta das finanças.

Uma carta das finanças foi quanto bastou para eu ter de fazer uma viagem no tempo, para eu ter de remexer no passado, para eu ter voltado a sentir-me ingénua, idiota, burra mesmo.

As coisas de que as pessoas são capazes não deixam de me surpreender. A capacidade de mentir, de enganar. Uma capacidade infinita que me transcende.

Olho para o meu passado e é inevitável perguntar-me como foi que aturei certas coisas. Olho para o meu passado e pergunto-me como pude ser tão fraca, tão pequena, tão ingénua. Olho para o meu passado e não percebo como deixei as coisas chegarem àquele ponto.

Eu, que sempre me considerei uma pessoa inteligente. Eu, que sempre me achei senhora da razão. Eu, que não hesito em dar conselhos e em dizer como fazer.

Eu fiz tudo errado. Eu cometi erros atrás de erros. Eu, na minha fragilidade, na minha insegurança, na minha tão fraca auto-estima, aceitei o que me davam. Aceitei as migalhas, aceitei as desculpas esfarrapadas, perdoei erros atrás de erros.

Custa-me aceitar que eu possa ter sido essa pessoa. Às vezes, lemos as histórias dos outros e perguntamos como é que esta ou aquela pessoa suportou determinada situação. Não sabemos. Não entendemos. Até sermos nós a passar pelas coisas, nunca poderemos entender.

Hoje, resta-me o consolo da consciência tranquila. Do saber que fiz sempre o que achava correcto. Do saber que, com tanto disparate, aprendi e cresci imenso. Do ter a certeza de que hoje quero e faço diferente.

Hoje, resta-me isto tudo. E uma multa por pagar.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Das corridas... - XVI

Apesar de pouco ou nada treinar, continuo a participar em algumas provas, e isso é que me vai fazendo mexer.

Este Domingo fiz o meu segundo trail e o eleito foi o Cork Trail, em Coruche. 

Depois de há apenas duas semanas ter feito o meu primeiro trail debaixo de muita chuva e com muita lama, o cenário desta vez não podia ter sido mais diferente. Incrível como o tempo muda tanto, tão depressa! Domingo esteve um sol fantástico, mas isso implica calor. Muito calor. E o percurso incluía muito pó e muita areia. O contraste não podia mesmo ser maior!

Esta foi uma prova decidida com mais alguma antecedência, mais ponderada, era ligeiramente maior (13km no trail curto), mas era mais longe e obrigou a acordar muito cedo e fazer uma viagem de cerca de uma hora. Chegámos a Coruche pouco antes das nove, quando a prova longa (23km) começava às nove e meia e os dorsais ainda estavam por levantar. Fica a nota para não voltar a repetir esta proeza, por mais que custe sair da cama a um Domingo, mais cedo do que saio nos dias em que vou trabalhar...

Se no primeiro trail tive companhia o tempo inteiro, tive quem me desse a mão (literalmente), tive quem me ajudasse, tive quem me dissesse para comer, para beber água, para respirar, tive quem puxasse por mim, tive quem cortasse a meta de mão dada comigo, nesta prova estive sozinha. Bom, na verdade estive com mais 246 pessoas que acabaram a prova. Mas estive sozinha. 

Depois da partida do trail longo, tive 15 minutos para me preparar para a minha prova e aproximei-me da partida, com o nervosismo a começar a aparecer. Acho que só quando fiquei sozinha é que me caiu a ficha e percebi o que estava a fazer. Até aí, a ansiedade estava toda em apoiar e ajudar quem estava comigo e ia fazer os 23km (sendo que, num dos casos, era uma estreia nessa distância).

Quando a prova começou eu sentia-me bem. Nervosa, mas bem. Mais uma vez, ia em espírito de passeio. Sabia que não tinha treinado, sabia que o trail ainda é uma novidade para mim e não podia comparar com a estrada, sabia que no final ainda ia ter muito que esperar por quem estava nos 23km. Ia sem pressas, sem pressões. E isso, faz toda a diferença!

O que dizer do trail em si? Muito giro, muito bem organizado, muito desafiante, com bons abastecimentos, com paisagens lindíssimas. Logo pouco depois do início tivemos de atravessar uma zona com água (lama, mais propriamente), em que eu bem me tentei desviar mas acabei por desistir e fiz vários metros com lama até aos tornozelos. Sem problema. Foi bom para entrar logo no espírito. E para me rir. Para me rir muito comigo mesma e com as reacções e expressões dos outros que lá andavam.

Diferença número um da estrada para o trail: é muito mais divertido e animado. Sem comparação. 

Mas nem tudo foi animação!... Houve muita subida a pique. Daquelas em que temos a sensação que a qualquer momento vamos cair para trás, daquelas em que pomos um pé e ele se afunda na areia e não sabemos bem como vamos sair dali, daquelas em que não temos onde nos agarrar. E também houve muita descida igualmente a pique. Daquelas que nos fazem levar as mãos à cabeça sem saber o que fazer, daquelas em que olhamos para as pessoas à nossa volta que insistem para que passemos à frente, daquelas em que sabemos que a única opção é sentar o rabo no chão e ir descendo.

Diferença número dois da estrada para o trail: estamos constantemente a superar obstáculos que nos pareciam impossíveis.

Uma das partes boas dos trails, sobretudo para mim que vou em ritmo passeio, são os abastecimentos: parei 2 ou 3 minutos em cada um, para hidratar (tão importante com o calor que estava!), e para comer. Havia de tudo: laranjas (que são sempre as minhas melhores amigas), bananas, batatas-fritas, bolos, bolachas, marmelada, compotas, nutella (sim, nutella!), tostas, e, possivelmente, mais coisas das quais não me lembro. No final, a mesma coisa. Neste ainda ofereciam uma bifana e uma cerveja quando se acaba a prova (que eu, fofamente, ofereci a quem estava comigo).

Diferença número três da estrada para o trail: facilmente saímos de lá com mais peso do que quando chegámos. Não se iludam com a ideia de que a malta faz exercício para emagrecer.

Fiz um tempo miserável. Mas miserável mesmo. Não é conversa de falsa modéstia de quem até se safou. Não. O meu tempo está próximo do vergonhoso e arrependo-me muito disso. Mas sei que no próximo farei melhor (faltam três semanas!), e sei também que tenho de treinar. Trail não é estrada. Usam-se músculos completamente diferentes e a exigência é muito maior. Tenho mesmo de (inventar tempo e) treinar. Também sei que dificilmente o conseguirei, mas, pelo menos, fica o registo escrito para me ir mentalizando.

Diferença número quatro da estrada para o trail: ficam a doer-te músculos que não sabias que tinhas.

Se me vou dedicar ao trail? Não sei. Se vou deixar de correr em estrada? Não sei. Ainda tenho algumas provas de estrada já marcadas até ao Verão, e também continuo muito entusiasmada com elas. Acho que vou tentar aproveitar o melhor dos dois mundos. Não sei como, nem com que tempo. Mas posso ir sonhando com isso!...

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Do meu fim-de-semana...

O meu fim-de-semana foi demasiado bom para ser verdade.

E isso traz um problema: quando acaba, sinto-me miserável. Nas últimas semanas, é raro o Domingo que não acaba com lágrimas. Isto é só estúpido, eu sei. Mas é assim que ando. E é sobre isso que não quero falar.

Eu quero falar da noite fantástica de Sexta, do vinho Hippo (estava tão a precisar de uma noite descontraída), do mini treino de corrida no Sábado de manhã, do pequeno-almoço com umas panquecas novas com sabor a Ferrero (com esta farinha), da ida à praia, do primeiro mergulho do ano, do almoço às quatro da tarde (aqui), do jantar a pensar na prova do dia seguinte, da correria para entregar mais um trabalho da faculdade, da preparação da prova e do nervoso miudinho, do acordar lento no Domingo, da viagem para Coruche entre dezenas e dezenas de cegonhas nos seus ninhos, do Cork Trail, das vistas, do que senti, da tarde de preguiça no sofá, da nova correria para outro trabalho da faculdade.

O meu fim-de-semana teve tanta coisa tão boa, que me soube a uma semana inteira de férias. Fiz tanta coisa, que parece que o tempo esticou.

E têm sido estes os meus balões de oxigénio, para aguentar cada semana que passa. Semanas longas, duras, que me têm esgotado. Que me têm feito questionar o que ando aqui a fazer e se valerá a pena.

Dia após dia, desespero pelo fim-de-semana. E sei que isto não é modo de vida. Não pode ser. Preciso de, com o pouco tempo livre que tenho, me organizar, me focar, conseguir arrumar a casa (literal e figurativamente), para sobreviver aos três meses e meio de loucura que ainda tenho pela frente.

Resta-me o consolo de esta semana só ter três dias e meio!...


quinta-feira, 6 de abril de 2017

Das coisas que eu faço bem...

Sou perita em assobiar para o lado. Em fingir que não se passa nada. Em ignorar os sinais óbvios. 

Sou especialista em não assumir o inegável. Em não saber pedir ajuda. Em levar as coisas até ao limite.

Sou doutorada em crenças infundadas. Em esperanças ingénuas. Em esperar que tudo se resolva por si só.



Se me faltam competências noutras áreas da minha vida, em todas estas não há melhor do que eu.

Os devaneios Agridoces mais lidos nos últimos tempos...